Adriana nely dornas moura


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A INFLUÊNCIA DA CULTURA, DA ARTE E DO ARTESANATO 
BRASILEIROS NO DESIGN NACIONAL CONTEMPORÂNEO: 
UM ESTUDO DA OBRA DOS IRMÃOS CAMPANA 
 
 
 
ADRIANA NELY DORNAS MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2011

 
ADRIANA NELY DORNAS MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA CULTURA, DA ARTE E DO ARTESANATO 
BRASILEIROS NO DESIGN NACIONAL CONTEMPORÂNEO: 
UM ESTUDO DA OBRA DOS IRMÃOS CAMPANA 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós 
Graduação em Design da Universidade do 
Estado de Minas Gerais – UEMG como 
requisito parcial para obtenção do título de 
mestre em Design.  
 
Linha de pesquisa: Design, Cultura e Sociedade 
 
Orientador(a): Professora Dra. Marcelina das 
Graças de Almeida (Universidade do Estado de 
Minas Gerais – UEMG). 
 
Coorientador(a): Professora Dra. Maria Regina 
Álvares Correia Dias (Universidade do Estado 
de Minas Gerais – UEMG). 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2011 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M939i     Moura, Adriana Nely Dornas  
A influência da cultura, da arte e do artesanato brasileiros no              
design contemporâneo : um estudo da obra dos Irmãos Campana / 
Adriana Nely Dornas Moura. - - Belo Horizonte, 2011.  
xiv, 116 f. (enc.) : il. color. fots. ; 31 cm. 
 
Orientadora: Marcelina das Graças de Almeida 
Coorientadora: Maria Regina Álvares Correia Dias 
Dissertação ( Mestrado) – Universidade do Estado de Minas   
Gerais / Escola de Design / Mestrado em Design. 
 
1. Designers – Brasil – Teses. 2- Artesanato – Brasil. 3. Mobiliário  
– Brasil – Séc. XX – Séc. XXI. 4. Campana, Fernando – Crítica e 
Interpretação. 5. Campana, Humberto – Crítica e interpretação. I. 
Almeida, Marcelina das Graças. II. Dias, Maria Regina Alvares  
Correia. III. Universidade do Estado de Minas Gerais. IV. Título.  
 
CDU: 7.05-051 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho às minhas meninas: 
 vovó Luiza (in Memorian), 
 mamãe Nely, 
 Tia Olivia, 
Andréa, 
Lara, 
Yasmin, 
e a amiga Eliana, que me trouxe de volta a Belo Horizonte. 
 
Sem elas eu não teria chegado até aqui. 

 
AGRADECIMENTOS
 
Muitos foram os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização 
desse trabalho para os quais deixo meus agradecimentos: 
- À Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), à coordenação desse 
Mestrado e a todos os professores; 
- Ao Rodrigo Stenner, funcionário da UEMG, pelo empenho em solucionar os 
problemas burocráticos que, em algumas horas, insistiram em aparecer no caminho; 
- À FAPEMIG pelo apoio financeiro; 
- Aos amigos da turma do mestrado de 2009, pelos conhecimentos 
compartilhados; 
- Exalto a confiança, apoio e sabedoria da orientadora Professora Doutora 
Marcelina das Graças de Almeida, que apostou na realização desse projeto de forma 
muito atenciosa e única; 
- À Professora Doutora Maria Regina Álvares Correia Dias pela coorientação 
desta pesquisa; 
- Ao Professor Edir Tenório (em memória), que com seu vasto conhecimento 
e sua doçura em ensinar, esteve presente no início dessa jornada; 
- A todos os meus amigos, em especial ao André Borges e José Nunes pela 
leitura crítica e sugestões dadas a esse projeto; 
- Aos profissionais que responderam a entrevista dessa pesquisa, em 
especial: Adélia Borges, Eduardo Barroso Neto e Maria Helena Estrada; 
- Ao Tadeu Chiarelli pelo envio do Catálogo da exposição de Fernando e 
Humberto Campana no MAM no ano de 2000; 
- A equipe dos Campana, principalmente a Júnia Tereno; 
Por fim, dedico àqueles que acompanharam minha jornada e acreditaram que 
eu venceria. Meu muito obrigada. 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo.  
Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a 
mestiçagem jamais foi crime ou pecado. 
Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo.  
Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência 
de si ...  
Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-
nacional, a de brasileiros...”.  
 
Darcy Ribeiro 

 
RESUMO 
Essa dissertação buscou investigar as influências do design nacional 
contemporâneo por meio de seu dinamismo criativo. Para alcançar os objetivos, 
foram feitas pesquisas bibliográficas e de campo, com o estudo de caso. A leitura de 
autores fundamentais dedicados ao tema possibilitou o entendimento de que no 
Brasil, a arte e o artesanato são fortes influenciadores da estética do design 
nacional. Foi possível entender que os aspectos culturais que correspondem ao 
comportamento humano, tais como, os semióticos, os subjetivos e outros, precisam 
ser incorporados ao conceito tradicional de design defendido por International 
Council of Societies of Industrial Design (ICSID), em 2000. Afinal, a cultura de uma 
sociedade é rica em símbolos e pode ser cumulativa no processo estético e 
funcional de um produto. Dessa forma o Brasil, que é possuidor de uma pluralidade 
de origens sociais e étnicas, fornece aos profissionais da arte, artesanato e design 
um repertório de insights que, por vez apropriados, originam produtos esteticamente 
diferenciados. O estudo de caso de dois designers brasileiros veio como reforço para 
a pesquisa exploratória de onde foi possível perceber que o caminho iniciado por 
eles na década de 1980 se moldou pela arte acima da funcionalidade. O uso 
inovador dos materiais e das novas formas produtivas deu aos seus produtos o 
significado de objetos-arte com um cunho autoral específico. De todo modo, esse 
significado não os tiraram da esfera conceitual do design nacional da época em que 
muitos se atinham ao formato estético internacional. Ao contrário, suas criações 
certificaram um momento muito próprio para o design: um novo design nacional com 
aspectos culturais brasileiros em destaque. O resultado da pesquisa confirmou que a 
pluralidade brasileira favoreceu o surgimento deste “Novo Design”, permeado por 
elementos da arte, do artesanato, ricos em originalidade. A obra dos dois designers 
estudados reflete essa confirmação; todavia, o repertório criativo de seus produtos 
não se atém somente a isso, configurando-os por muitos estudiosos como designers 
autorais. Por fim, concluiu-se que o conceito estético do design nacional 
contemporâneo é vasto e que a denominação “Novo Design” descrita por alguns 
autores é muito propícia ao cenário plural do país que também sofre modificações 
inerentes à globalização. 
Palavras-chave: Dinamismo criativo. Arte. Artesanato. Design nacional 
contemporâneo. Novo Design.  

 
ABSTRACT  
This dissertation aims to understand the influences that give the national 
contemporary design a creative dynamism of its own. To achieve the objectives were 
made literature and field searches throughout the case study. The reading of the 
most expressive authors dedicated to the issue enabled the understanding that in 
Brazil, art and crafts are strong influencers of aesthetic of project of national design. It 
could be understood that the cultural aspects that correspond to human behavior 
such as semiotic, subjective and others, are incorporated into the traditional concept 
of design advocated by International Council of Societies of Industrial Design 
(ICSID). The culture of a society is rich in symbols and can be cumulative in the 
aesthetic and functional process of a product. Thus Brazil, which is owner of a 
plurality of ethnic and social backgrounds, provides to professionals of art, craft and 
design a repertoire of appropriate insights that originates products aesthetically 
differentiated. The case study of two Brazilian designers came as reinforcement for 
exploratory research where was revealed that the path they started in the 1980s was 
shaped by art conceptual beyond the functionality. The innovative use of materials 
and new forms of production gave of its products the meaning of art-objects with a 
specific copyright stamp. Anyway, this meaning does not have removed them from 
the conceptual pool of national design which was adhered to the international 
aesthetic format. Rather, his creations have certified a very suitable for the design: a 
new national design with Brazilian cultural aspects highlighted. The survey results 
confirmed that the Brazilian plurality favored the emergence of this New Design 
permeated by elements of art, craft rich in originality. The work of two designers 
studied reflects this acknowledgment, however, the creative repertoire of its products 
do not only stick to it, configuring them for many designers, scholars as copyright-
designers. Finally, it was concluded that the aesthetic concept of the national 
contemporary design is vast and that the denomination ‘New Design' described by 
some author is very appropriate to pluralistic scenario of the country also suffers 
modifications inherent in globalization. 
Keywords: Influence creative. Art. Craft. National contemporary design. New Design. 

 
LISTA DE FIGURAS  
Figura 1 –  Série Bicho (Lígia Clark) .................................................................   31 
Figura 2 –  Parangolé (Hélio Oiticica) ...............................................................   31 
Figura 3 –  Noivinhas de cerâmica do Vale do Jequitinhonha, MG/Brasil  .........  
36 
Figura 4 –  Linha cronológica dos conceitos de design .....................................  39 
Figura 5 –  Linha cronológica do design ...........................................................  46 
Figura 6 –  Utensílio criado por designers/artistas e artesãos. Projeto 
Jalapa/SEBRAE-TO ........................................................................   48 
Figura 7 –  Utensílio criado por designers/artistas e artesãos. Projeto 
Jalapa/SEBRAE-TO ........................................................................   48 
Figura 8 –  Jóias conceituais inspiradas nas raízes da cultura brasileira  ..........  
49 
Figura 9 –  Jóias conceituais inspiradas nas raízes da cultura brasileira  ..........  
49 
Figura 10 –  Luminária Esperança da empresa Venini. Design de Fernando e 
Humberto Campana ........................................................................  50 
Figura 11 –  Vasos de murano da empresa Venini. Design de Fernando e     
Humberto Campana ........................................................................  51 
Figura 12 –  Estilos e movimentos do design e seus materiais característicos ...  
53 
Figura 13 –  Cadeira Multidão, 2002 ...................................................................  54 
Figura 14 –  Coleção “As Desconfortáveis”: Cadeira Positivo e Cadeira         
Negativo, 1989 ................................................................................  61 
Figura 15 –  Cadeira Etruscan, 1986 ..................................................................  62 
Figura 16 –  Cadeira Vermelha, 1993 .................................................................  65 
Figura 17 –  Etapa produtiva da Cadeira Vermelha, 1993  ..................................  66 
Figura 18 –  Cadeira Verde, 1993 .......................................................................  66 
Figura 19 –  Cadeira Azul, 1993 ..........................................................................  67 
Figura 20 –  Luminária Estela .............................................................................   69 
Figura 21 –  Imagens da exposição No Tech, MUBE, São Paulo, jul. 2011  .......  
70 
Figura 22 –  Cadeira Discos, 2000 ......................................................................  72 
Figura 23 –  Cadeira Favela, 1991 ......................................................................  73 
Figura 24 –  Cadeira Plástico Bolha, 1995  ..........................................................  73 
Figura 25 –  Mesa Tatoo em alumínio e PVC, 2000  ...........................................  74 
Figura 26 –  Cadeira Anêmona, 2000 .................................................................  74 
Figura 27 –  Cadeira Cone, 1999 ........................................................................  75 

 
Figura 28 –  Cadeira Favela, a. 1991 e b. 2000  ..................................................  76 
Figura 29 –  Três modelos de jóias da coleção Campanas para H. Stern, 2001   
77 
Figura 30 –  Peças exclusivas da Coleção Campanas para H. Stern, 2001  .......  
78 
Figura 31 –  Coleção Campanas para Melissa, 2005, 2006, 2008 e 2010 ..........  
79 
Figura 32 –  Coleção Campanas + Lacoste, 2009 ..............................................   80 
Figura 33 –  Coleção Campanas + Lacoste, 2009 ..............................................   81 
Figura 34 –  Coleção Campanas + Lacoste, 2009 ..............................................   81 
Figura 35 –  Coleção Campanas + Lacoste, 2009 ..............................................   82 
Figura 36 –  Fotos do Interior da Loja Camper de Nova York, 2010  ...................  
83 
Figura 37 –  Processo produtivo da Cadeira Café que faz parte da coleção 
“Transplásticos”, 2007 .....................................................................  84 
 

 
LISTA DE QUADRO  
Quadro 1 –  Análise comparativa das teorias da arte .........................................   28 
 

 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS  
ADI  
–  Associazione per il Desegno Industriale 
CMA  
–  Conselho Mundial do Artesanato 
ECAL  
–  École Cantonnale D'arts Lausanne 
ESDI  
–  Escola Superior de Desenho Industrial 
FAAP  
–  Fundação Armando Álvares Penteado 
FUMA 
–  Fundação Mineira de Arte Aleijadinho 
ICSID  
–  International Council of Societies of Industrial Design 
MAM  
–  Museu de Arte Moderna 
MoMA  
–  Museu de Arte Moderna Nova Iorque  
MUBE  
–  Museu Brasileiro da Escultura 
PAB  
–  Programa do Artesanato Brasileiro 
PNDA  
–  Programa Nacional do Artesanato 
SEBRAE  –  Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 

 
SUMÁRIO  
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................  14
 
1.1 Objetivo geral .................................................................................................  
15
 
1.2 Objetivos específicos .....................................................................................  16
 
1.3 Estrutura do documento .................................................................................  16
 
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................  18
 
2.1 Cultura e identidade .......................................................................................  18
 
2.1.1 Cultura e identidade brasileiras e o design nacional ...................................  21
 
2.2 Arte, artesanato e suas influências no design nacional contemporâneo ........  
23
 
2.2.1 Algumas considerações sobre arte .............................................................  23
 
2.2.1.1 Breves considerações da arte no Brasil ...................................................  29
 
2.2.2 Breves considerações do artesanato no Brasil ...........................................  31
 
2.3 Design ............................................................................................................  36
 
2.3.1 Breve cronologia conceitual e histórica do design no Brasil e no mundo ....  
36
 
2.4 Principais norteadores do design nacional contemporâneo ...........................  46
 
2.4.1 Arte e artesanato brasileiros........................................................................  46
 
2.4.2 Materiais: significado e importância para o design......................................  51
 
3 METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................  55
 
3.1 Procedimentos metodológicos .......................................................................  55
 
4 ESTUDO DE CASO ..........................................................................................  58
 
4.1 A marca Campana .........................................................................................  58
 
4.2 Análise da influência da cultura, arte e artesanato brasileiros nas criações        
dos Irmãos Campana ...........................................................................................  58
 
4.2.1 A originalidade no uso dos materiais, da forma e da manufatura aplicados       
na obra dos Irmãos Campana ..............................................................................  63
 
4.3 O No Tech como resultado da originalidade criativa dos Irmãos Campana ...  
69
 
4.4 Breve retrospectiva do reconhecimento da obra dos Irmãos Campana no      
Brasil e no mundo ................................................................................................  71
 
4.4.1 Exposição no Museu de Arte Moderna (SP), 2000 .....................................  71
 
4.4.2 Coleção Campana para H. Stern ................................................................  76
 
4.4.3 Coleção Campanas para Melissa................................................................  78
 

 
4.4.4 Coleção Campanas para Lacoste ...............................................................  79
 
4.4.5 Projeto de ambientes para Lojas Camper ...................................................  82
 
4.4.6 Considerações finais sobre o estudo de caso .............................................  86
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................  
87
 
REFERÊNCIAS....................................................................................................  91
 
APÊNDICE A – Relatório de Entrevistas..............................................................  98
 
ANEXO A – Irmãos Campana ..............................................................................  101 

 
 
14
1 INTRODUÇÃO 
Ao se analisar o percurso da sociedade contemporânea na busca de produtos 
industrializados, observa-se uma tendência na busca de soluções estético-técnico-
funcionais, em geral, evidenciadas pela história e cultura de seus projetistas. 
Obviamente, tais requisitos não são os únicos, especialmente em países como o 
Brasil, cujo contexto social, cultural e econômico associa-se à influência da 
industrialização internacional.  
A leitura histórica dessa influência retrata a performance das multinacionais 
no território brasileiro. O design produzido na chamada Era Militar (décadas de 1960 
e 1970) se constituía de referências tipicamente internacionais, bem distante das 
locais. Esse cenário é relatado por Moraes (2006) que ressalta sua concomitância 
com a baixa estima do design brasileiro da época.  
Todavia, na década de 1980, já designada como Pós-Militar, os projetistas 
prenunciavam erguer a bandeira “contra a indiferença das multinacionais com suas 
estratégias de lucro fácil e falta de apreço pela causa do design local” (MORAES, 
2006, p. 5), numa tentativa de submergir à influência internacional, apontando em 
suas criações subsídios culturais, sociais, históricos, econômicos e políticos próprios 
do Brasil.  
De todo modo, a industrialização das multinacionais, via de regra, já havia 
sido contrariada muito antes de sua proliferação. Designers-arquitetos como Zanini 
Caldas (1919-2001), Joaquim Tenreiro (1906-1992) e Sérgio Rodrigues já 
trabalhavam conceitos modernistas em móveis brasileiros, esboçando em seus 
projetos criações próprias e originais (ROIZENBRUCH, 2009).  
Mas foi entre o final dos anos de 1980 e 1990 que o design brasileiro se 
inseriu na pós-modernidade envolvido pela globalização. Vê-se claramente a 
absorção do domínio cultural e das questões identitárias no dinamismo criativo dos 
projetistas, reforçando a produção e originalidade dos designers locais. 
A transferência de valores culturais nos processos criativos, segundo Cidreira 
(2005), é uma forma de reconhecer a arte como um conjunto, contextualizando 
ideias, a partir de matérias cedidas pela natureza e pela história. Para Laraia (2001), 
cultura é um processo cumulativo e o homem é o resultado do meio cultural em que 
foi socializado. Por isso, ele se torna herdeiro desse processo que é proveniente de 

 
 
15
experiências adquiridas ao longo de muitas gerações que o antecederam, 
desenvolvendo a partir daí valores próprios. 
O resultado criativo advindo desse contexto culmina, sob a ótica de Lahire 
(2006), em sua maioria, na formação  de produtos com influências culturais 
sintetizadas, subjetivas e sutis. O autor acredita que a fraca ou forte legitimidade que 
um campo cultural proporciona possa ser delimitada pelo aprofundamento ou não 
que o projetista faz, mas, em geral, isso não acontece na íntegra, porque, 
conceitualmente, cultura é algo construído, somado e variante, o que por si só já 
impossibilita a imposição de formas.  
Neste contexto, pode se afirmar que a pluralidade cultural brasileira é um 
campo vasto para a dinâmica criativa do design nacional. Entretanto, essa afirmação 
requer, ainda, um recorte mais preciso: as produções artísticas e artesanais 
brasileiras, somatório dessa pluralidade, podem ser influenciadoras do design 
nacional. 
Acredita-se que tais questões se dão devido ao fato de que o design, até 
então com a função de concretizar “uma ideia em forma de projetos ou modelos” 
(LÖBACH, 2006, p. 16), hoje é requisitado por uma história ou cultura, assumindo 
formas múltiplas e mutáveis, “fruto de uma sociedade pós-moderna que associa o 
local ao global” (ROIZENBRUCH, 2009, p. 33), caraterizando-se por multi-
identitárias ou multiculturais. 
Nesse sentido, a presente pesquisa propôs compreender as influências 
criativas que dão ao design nacional contemporâneo o título de “Novo Design” com 
características muito próprias típicas de um país culturalmente rico
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