Viii congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica


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VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 



27 a 30 de julho de 2009 

Uberlândia, Minas Gerais, Brasil 

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DA GERAÇÃO AUTÓGENA DE PRESSÃO EM DORNAS 

DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

 

 

 



Tânia M. Romanholi, 

Alberto C. Badino, 



3

 Luiz F. de Moura 

 

 

 



Bolsista de iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFSCar, discente do curso de Engenharia Química 

2

 Professor da Universidade Federal de São Carlos UFSCar/SP 



3

 Professor da Universidade Federal de São Carlos UFSCar/SP

 

 

1,2,3 



Departamento  de  Engenharia  Química  da  Universidade  Federal  de  São  Carlos,  Rod.  Washington  Luís,  Km  235, 

São Carlos - SP, CEP 13565-905.

 

 

e-mail: badinojr@ufscar.br



 

  

RESUMO - Visto que a geração de CO



2

 durante a fermentação alcoólica é acentuada e que os 

interesses em se aproveitar tal gás vem crescendo, apresenta-se neste trabalho a idéia de um 

novo  sistema  que  elimina  a  necessidade  de  instalação  de  linhas  de  compressão  e 

armazenamento  do  mesmo.  Propõe-se  a  geração  autógena  de  pressão.  Procedeu-se  a 

modelagem  e  posterior  simulação  em  Excel/VBA  de  uma  dorna  de  bancada  com  um  orifício 

para  a  saída  do  gás  durante  uma  batelada,  obtendo-se  como  resposta  o  comportamento 

dinâmico  da  pressão.  O  programa  implementado  permitiu  a  simulação  com  diferentes 

headspaces

, diâmetros de orifício e volumes de caldo. Para uma fermentação com 3,5 litros de 

caldo, 1,5 litros de headspace e diâmetro de orifício de 0,1 mm a pressão chegou a 4,26 bara. 

Aumentando  o  diâmetro  para  0,15  mm,  a  pressão  chega  apenas  a  2,02  bara.  Diminuindo  o 

headspace

 para 0,5 litros temos uma pressão máxima de 4,57 bara. Para mesmas proporções 

de volume de caldo e headspace e diâmetro de orifício, quanto mais caldo, maiores pressões. 

Assim,  os  resultados  estão  de  acordo  com  o  esperado:  quanto  menor  o  diâmetro  do  orifício, 

menor  o  headspace  e  maior  a  proporção  volume  de  caldo/volume  de  headspace,  maiores 

pressões serão alcançadas.  

 

Palavras-Chave: dióxido de carbono, fermentação, pressão autógena. 



 

 

 



INTRODUÇÃO 

 

A  tradicional  indústria  do  etanol  apresenta-



se fortemente consolidada no Brasil, apesar disso 

ela ainda gera um grande volume de resíduos que 

são  diretamente  lançados  ao  meio  ambiente. 

Gradativamente 

vem 

se 


assistindo 

à 

transformação  de  alguns  desses  resíduos  em 



subprodutos. 

Muitos 


estudos 

estão 


sendo 

desenvolvidos para viabilizar o uso da vinhaça, do 

bagaço  e  do  bagacilho  da  cana-de-açúcar,  por 

exemplo.  Mas  não  são  somente  estes  os 

materiais  resultantes  do  processo  de  fabricação 

do  etanol.  Sabe-se  que  durante  a  fermentação 

alcoólica existe a produção em paralelo de dióxido 

de  carbono  em  grande  proporção:  para cada litro 

de  etanol,  aproximadamente  420  litros  de  CO

2

 



são  gerados.  Considerando  que  na  última  safra 

(2008/2009)  as  usinas  brasileiras  já  superaram  a 

marca  dos  25  milhões  de  metros  cúbicos  de 

etanol  produzidos  (www.agricultura.gov.br),  é 

bastante razoável pensar em transformar também 

este resíduo em um subproduto. 

Atualmente  já  é  possível  detectar  em 

unidades  anexas  a  usinas  aplicações  deste  gás, 

como  em  processos  de  carbonatação  (produção 

de  carbonatos  e  bicarbonatos)  e  gaseificação  de 

bebidas,  porém  as  unidades  que  se  utilizam  do 

CO

2



  representam  ainda  uma  porcentagem  muito 

pequena no cenário nacional. 

A  grande  dificuldade  da  implantação  deste 

sistema  é  a  necessidade  da  instalação  de  linhas 

de  pressurização  e  estocagem  do  gás,  o  que 

adicionaria  custos  de  operação,  além  de  muitas 

adaptações  das  unidades  produtoras.    Como 

forma  de  contornar  este  problema,  propõe-se  a 

geração  autógena  de  pressão  em  dornas  de 

fermentação 

alcoólica 

por 


meio 

da 


implementação  de  um  dispositivo  capaz  de 

proporcionar uma perda de carga ao sistema alta 

o  suficiente  para  promover  o  acúmulo  de  gás  na 

própria  dorna,  e,  consequentemente, um nível de 

pressurização do CO

2

 satisfatório para este deixar 



a  dorna  de  origem  e  ser  utilizado  em  processos 

anexos. 


O  objetivo  deste  trabalho  foi  avaliar  o 

comportamento da pressão na dorna durante uma 

batelada,  analisando  a  influência  de  diferentes 

volumes  de caldo de fermentação, de headspace 

(volume  livre  de  cabeça  do  reator)  e  diâmetro  do 

orifício.  Para  isso  optou-se  por  simular  o  sistema 

proposto, pois a modelagem matemática apurada 

associada  à  simulação  de  processos  é  capaz  de 

gerar  respostas  muito  rápidas  e  próximas  da 


 

 

realidade  utilizando  apenas  um  microcomputador 



e uma linguagem de programação. 

 

MATERIAIS E MÉTODOS 



 

Equipamento Modelo 

 

Deseja-se  obter  o  comportamento  da 



pressão  ao  longo  do  tempo  de  batelada  em  um 

reator  agitado  por  barra  magnética  e  agitador 

magnético,  provido  de  controle  de  temperatura  e 

monitoramento  de  pressão,  vedado  com  um 

flange  e  com  um  orifício  funcionando  como 

dispositivo  para  perda  de  carga.  O  esquema  é 

mostrado na Figura 1.

 

 



 

Figura  1 -  Esquema  do reator a ser modelado. 

A) vaso; B) flange. 

 

Na  Figura  1  verifica-se  em  (A)  o  vaso  do 



reator e na parte (B) os elementos:  

 

1 – Orifício; 



2 – Manômetro; 

3 – Poço para termômetro; 

4  e  4’  –  Entrada  e  saída  para  fluido  do 

banho termostático; 

5 – Válvula de segurança. 

 

Modelagem 



 

Adotando-se  as  hipóteses,  procedeu-se  ao 

equacionamento do problema: 

 

• 



gases e líquidos ideais; 

• 

temperatura constante;  



• 

escoamento  adiabático  sem  perda  de  carga 

por atrito no orifício; 

• 

volume de caldo constante; 



• 

não há dissolução de CO

2

 na fase líquida; 



• 

não  ocorre  transferência  de  massa  da  fase 

líquida para gasosa.  

• 

não  há  arrasto  mecânico  de  gotículas  de 



líquido. 

 

Para  a  cinética  de  crescimento  celular 



utilizou-se  o  modelo  de  Andrews-Hoppe  (Silva  et 

al.


,  2004)  (Equação  1),  que  leva  em  conta  a 

inibição  pelo  substrato  e  pelo  produto  (inibição 

mista). 

 

P



IP

P

IS



S

S

S



S

MAX


C

K

K



K

C

C



K

C

+



+

+



=

2



µ

µ

            



(1) 

 

Realizando  balanços  de  massa  para  as 



células, etanol e substrato em um reator operando 

em  batelada  obtêm-se,  respectivamente  as 

equações que seguem: 

 

X



X

C

dt



dC

=



µ

  

 



 

            (2) 

 

X

P



X

P

Y



C

dt

dC



/



=

µ

   



 

            (3) 

 

S

X



X

S

Y



C

dt

dC



/

µ



=

                                                  (4) 

 

O balanço de massa para o CO



2

 no volume 

de  controle  correspondente  ao  headspace  do 

reator é dado pela Equação 5. 

 

'

G



V

r

dt



dn

caldo


CO

CO



=

2



2

 

 



           

(5) 


 

onde G’ é a vazão de saída de CO

2



Para  determinação  de  G’  utiliza-se  de 



balanços  de  massa  e  energia  e  relações 

termodinâmicas. 

Para 



caso 



tratado, 

escoamento  de  um  gás  ideal  através  de  um 

orifício  sem  atrito  (Perry,  1984),  considera-se  o 

esquema da Figura 2. 

 

 

Figura 2 - Escoamento através de um orifício e 



identificação 

das 


diferentes 

pressões 

possíveis dentro do sistema (Perry, 1984). 

 

O  subscrito  “0”  refere-se  às  condições  de 



estagnação  do  fluido;  o  subscrito  “1”  indica  as 

condições na “garganta” do orifício (menor secção 

transversal  neste  mesmo  elemento);  por  fim,  o 

subscrito “2” indica as condições externas. 

A Equação 6 relaciona p

0

 e p



1

 



1

2

1



1

0

2



1

1







+



=

k

k



M

k

p



p

 

 



            (6) 

 


 

 

O  número  de  Mach  na  seção  1  (M



1

)  não 


excede  o  valor  unitário.  Se  estiver  abaixo  da 

unidade,  o  fluxo  é  denominado  subsônico. 

Quando  atinge  este  valor,  é  designado  como 

sônico  e  p

1

  passa  a  ser  a  pressão  crítica  (p*) 



calculada pela Equação 6 fazendo M

1

=1. 



A  comparação  entre  p

2

  e  p*  define  o  tipo  de 



escoamento  e  revela  o  valor  de  M

1

.  Há  duas 



possibilidades: 

 

• 



p

2

 > p*: fluxo subsônico, implica em p



1

 = p


2

• 



p

2

 ≤ p*: fluxo sônico, M



1

=1 e p


1

=p*.  


 

Da Equação 7 obtêm-se o fluxo mássico na 

área de saída do orifício e finalmente da Equação 

8 a vazão molar: 

 

)

1



(

2

1



2

1

1



0

0

2



1

1



+







+

=

k



k

w

M



k

M

RT



kM

p

G



            (7) 

 

c



w

orif


g

M

A



G

G



=

.



'

  

 



 

            (8) 

 

Diferenciando  a  Lei  dos  Gases  Ideais  em 



relação  ao  tempo  à  temperatura  e  volume 

constantes, obtêm-se: 

 

V

T



R

dt

dn



dt

dP



=

 



 

 

           



(9) 

 

A  partir  das  Equações  9  e  5  obtêm-se  a 



equação diferencial seguinte:  

 

(



)

gás


caldo

CO

V



T

R

G



V

r

dt



dp

0

0



2



=



'

                     (10) 

 

A Equação 10 mostra a relação entre p



0

 e o 


tempo,  que  possibilita  a  obtenção  do  resultado 

desejado. 

 

Simulação 



 

As 


equações 

referentes 

ao 

modelo 


matemático  desenvolvido  foram  solucionadas  por 

meio  da  implementação  do  método  Runge-Kutta 

de  4ª  ordem  em  VBA  (Visual  Basic  for 

Applications).  O  ambiente de  desenvolvimento foi 

o  Microsoft  Excel  2003  ®.  Temperatura,  volume 

de  caldo  de  fermentação  e  headspace,  diâmetro 

de  orifício  e  pressão  externa  são  dados  de 

entrada  do  programa.  Ele  retorna  valores  de 

concentração  de  células,  substrato  e  produtos, 

pressão  e  vazão  de  gás  em  função  do  tempo  de 

batelada transcorrido. 

equipamento 



utilizado 

foi 


um 

microcomputador 

Acer 

Aspire 


5610-4610, 

processador Intel® Core

TM

 Duo T2350.  



 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 

Foram 


consideradas 

as 


seguintes 

condições: 

 

• 

Temperatura  durante  o  processo  igual  a 



30°C,  temperatura  ótima  para  a  ocorrência 

da fermentação; 

• 

Pressão externa: 1,01325 bar; 



 

Parâmetros  cinéticos  são  apresentados  na 

Tabela 1: 

 

Tabela 1 – Parâmetros cinéticos e coeficientes 



globais usados na simulação. 

Parâmetro 

Valor 

µ

MAX 



(h

-1



0,23 

K



(g/L) 

K



IS

 (g/L) 


450 

K

IP 



(g/L) 

30 


Y

X/S


 

0,057 


Y

P/S


 

0,42 


 

As concentrações iniciais são apresentadas 

na Tabela 2: 

 

Tabela 2 – Concentrações iniciais de sacarose, 



células e etanol usadas na simulação. 

 

Concentração (g/L) 



Sacarose 

200,0 


Células 

10,0 


Etanol 

0,0 


 

Uma vez que as concentrações iniciais são 

fixadas,  a  cinética  dos  processos  utilizada  nas 

simulações é ilustrada na Figura 3. 

 

Cinética de Crescimento



0

40

80



120

160


200

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



[S

a

c



a

ro

s



e

] (


g

/L

)



0

20

40



60

80

100



[C

é

lu



la

s

], [E



ta

n

o



l] (

g

/L



)

Sacarose


Células

Etanol


 

Figura  3  –  Cinética  de  crescimento  celular, 

consumo de substrato e geração de produto. 

 

Para  tornar  possível  a  avaliação  da 



influência  do  volume  do  caldo,  headspace  e 

diâmetro  do  orifício  na  geração  autógena  de 

pressão,  foram  realizadas  simulações  variando 


 

 

estes  três  parâmetros  e  foram  gerados  os 



gráficos das Figuras 4 a 11. 

 

• 



Conjunto A de simulações 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,9


2,8

3,7


4,6

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  4  –  Simulação  A1:  Comportamento  da 

pressão para um reator de 5 L , headspace de 

1,5 L e orifício de 0,10 mm. 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,4


1,8

2,2


0

2

4



6

8

10



12

Tempo (h)

P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  5  -  Simulação  A2:  Comportamento  da 

pressão para um reator de 5 L , headspace de 

1,5 L e orifício de 0,15 mm. 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,1


1,2

1,3


1,4

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



 

Figura  6  -  Simulação  A3:  Comportamento  da 

pressão para um reator de 5 L , headspace de 

1,5 L e orifício de 0,20 mm. 

 

• 

Conjunto B de simulações 



 

Perfil de Pressão

1,0

2,2


3,4

4,6


0

2

4



6

8

10



12

Tempo (h)

P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  7  -  Simulação  B1:  Comportamento  da 

pressão e vazão de gás para um reator de 4 L, 

headspace

 de 0,5 L e orifício de 0,10 mm. 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,3


1,6

1,9


2,2

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  8  -  Simulação  B2:  Comportamento  da 

pressão e vazão de gás para um reator de 4 L, 

headspace

 de 0,5 L e orifício de 0,15 mm. 

 

• 

Conjunto C de simulações 



 

Perfil de Pressão

1,0

1,6


2,2

2,8


0

2

4



6

8

10



12

Tempo (h)

P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



 

Figura  9  -  Simulação  C1:  Comportamento  da 

pressão  e  vazão  de  gás  para  um  reator  de  12 

L, headspace de 3,6 L e orifício de 0,20 mm. 

 


 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,2


1,4

1,6


1,8

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  10  -  Simulação  C2:  Comportamento  da 

pressão  e  vazão  de  gás  para  um  reator  de  12 

L, headspace de 3,6 L e orifício de 0,25 mm. 

 

Perfil de Pressão



1,0

1,1


1,2

1,3


1,4

0

2



4

6

8



10

12

Tempo (h)



P

re

s



s

ã

o



 (

b

a



ra

)

 



Figura  11  -  Simulação  C3:  Comportamento  da 

pressão  e  vazão  de  gás  para  um  reator  de  12 

L, headspace de 3,6 L e orifício de 0,30 mm. 

 

A  Tabela  3  apresenta  alguns  valores  obtidos  das 



simulações 

realizadas 

que 

permite 


uma 

comparação numérica entre os casos. 

 

Tabela  3  –  Avaliação  da  pressão  autógena 



atingida para diferentes situações simuladas. 

 

V



caldo

 

(L) 



V

head 


(L) 

D

orif 



(mm) 

t

Pmax



 

(min) 


P

máx 


(bara) 

T



(min) 

A1 


3,5 

1,5 


0,10 

64 


4,26 

654 


A2 

3,5 


1,5 

0,15 


28 

2,02 


636 

A3 


3,5 

1,5 


0,20 

10 


1,34 

624 


B1  3,5 

0,5 


0,10 

26 


4,57 

650 


B2  3,5 

0,5 


0,15 

11 


2,10 

638 


C1  8,4 

3,6 


0,20 

39 


2,67 

642 


C2  8,4 

3,6 


0,25 

22 


1,77 

636 


C3  8,4 

3,6 


0,30 

11 


1,38 

630 


 

A análise da Tabela 3 revela: 

 

•  Influência do Diâmetro do Orifício 



 

Para  cada  conjunto  de  simulações,  A,  B  e 

C,  verifica-se  que  o  aumento  do  diâmetro  do 

orifício  faz  com  que  a  pressão  máxima  atingida 

diminua.  De  acordo  com  a  Equação  8,  onde  um 

dos  parâmetros  é  a  área  do  orifício,  identifica-se 

uma  dependência  quadrática  da  vazão  de  saída 

de  gás  do  sistema  em  relação  ao  diâmetro. 

Quanto  maior  for,  maior  a  vazão  de  gás,  menor 

seu acúmulo e menor a pressão. Nota-se também 

que  o  tempo  para  se  atingir  a  pressão  máxima 

bem  como  o  tempo  para  o  sistema  retornar  à 

pressão  ambiente  ao  final  são  reduzidos  com  o 

aumento dessa variável. 

 

•  Influência do Volume do Headspace 



 

Analisando  agora  os  conjuntos  A  e  B 

verifica-se  que  o  volume  do  headspace,  quando 

reduzido,  contribui  para  o  aumento  de  pressão. 

Por  exemplo,  observando  o  caso  A1  e  B1,  a 

pressão  máxima  passa  de  4,26  bara  para  4,57 

bara.  O  tempo  para  se  atingir  este  ponto  diminui 

de A para B, mas o  tempo final fica praticamente 

constante. 

 

•  Influência do Volume de Caldo 



 

Contrapondo  as  simulações  A3  e  C1,  que 

mantém 

as 


mesmas 

características 

de 

porcentagem de headspace e diâmetro de orifício, 



observa-se que um maior volume de caldo, o qual 

gera mais gás em um mesmo intervalo de tempo, 

proporciona  um  aumento  no  valor  da  pressão 

máxima, porém tanto t

Pmáx

 quanto t



f

 são maiores. 

 

De  maneira  geral,  um  importante  resultado 



visualizado nos gráficos é a manutenção de níveis 

de  pressurização  praticamente  constantes  da 

segunda  à  oitava  hora  de  cultivo, o  que pode  ser 

vantajoso  para  manutenção  de  padrões  de 

operação  de  processos  dependentes  do  gás 

pressurizado. 

 

CONCLUSÕES 



 

O  objetivo  da  proposta  inicial  de  avaliar  a 

geração  autógena  de  pressão  em  dorna  de 

fermentação 

foi 

alcançado. 



Por  meio  da 

modelagem  e  simulação  do  sistema  foi  possível 

obter  o  comportamento  da  pressão  durante 

bateladas  para  diferentes  situações  de  maneira 

bastante econômica e rápida. 

Os 


resultados 

relacionados 

com 

as 


influências dos volumes de caldo, de headspace e 

do  diâmetro  do  orifício  nos  valores  de  pressão 

foram  condizentes  com  o  esperado  e  puderam 

ser 


explicados. 

Maiores 


diâmetros 

geram 


menores níveis de pressão; menores  volumes de 

headspaces

  geram  maiores  pressões  e  maiores 

volumes  de  caldo  proporcionam  pressões  mais 

elevadas. 

Além  disso,  observou-se  a  manutenção  de 

um  nível  médio  de  pressão  em  grande  parte  do 

período de cultivo para todos os casos simulados. 

 

 


 

 

NOMENCLATURA 



 

A

orif.



  =  área  da  secção  transversal  da 

“garganta” do orifício (m

2

); 


C

= concentração de produto (etanol) (g/L); 



C

= concentração de células (g/L); 



C

= concentração de substrato (g/L); 



G  =  fluxo  mássico  de  gás  por  A

orif


 

(Kg/m


2

.s); 


G’ = vazão de saída de gás (mol/h); 

g

c



 = fator de conversão de unidades; 

k  =  razão  entre  as  capacidades  caloríficas 

do fluido na fase líquida e gasosa (adimensional);

 

K



IP

  =  constante  de  inibição  pelo  produto 

(g/L); 

K

IS



  =  constante  de  inibição  pelo  substrato 

(g/L); 


K

P

 = constante de produto (g/L); 



K

= constante de saturação (g/L); 



M = número de Mach (adimensional); 

M

w



 = massa molar (g/mol); 

n = número de mols (mol); 

n

CO2


 = número de mols de CO

2

 (mol); 



P = pressão (Pa); 

p



= pressão na posição “x” (Pa); 

p* = pressão na condição crítica (Pa); 

R = constante dos gases (J/Kmol.K); 

r

CO2



=  velocidade  de  produção  de  CO

2

 



(mol/L.h); 

T = temperatura (K); 

T

0

 = temperatura do fluido estagnado (K); 



t

f

  =  tempo  para  o  sistema  retornar  à 



pressão ambiente após pressurização (min); 

t

Pmáx



 = tempo decorrido a partir do início da 

fermentação para se atingir a pressão máxima no 

sistema (min); 

V = volume (L); 

V

caldo


 = volume de caldo (L); 

V

gás



 = volume de gás (L); 

Y

P/X



  =  coeficiente  de  rendimento  global  de 

células a produto (adimensional); 

Y

X/S


  =  coeficiente  de  rendimento  global  de 

substrato a células (adimensional); 

µ

 

=  velocidade  específica  de  crescimento 



celular (h

-1

); 



µ

MAX 


=  velocidade  específica  máxima  de 

crescimento celular (h

-1

). 


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

 

PERRY,R.H.,  1984.  Perry’s  Chemical  Engineer’s 



Handbook. Editora McGraw-Hill, 6ª Ed, USA. 

SILVA, 


FLÁVIO 

HENRIQUE 

DA; 

JESUS, 


CHARLES  DAYAN  F.  DE;  CRUZ,  ANTONIO 

JOSÉ  GONÇALVES  DA;  BADINO,  A.C.. 

AnaBio 2.0: um programa para estimativa de 

parâmetros 

cinéticos 

análise 



de 

biorreatores.  In:  XV  Simpósio  Nacional  de 

Bioprocessos  (SINAFERM  2005),  2005, 

Recife.  Anais  do  XV  Simpósio  Nacional  de 

Bioprocessos, 2005. v. T364. p. 1-7. 

PACHECO  et  al.,  2003.  Fermentação  Alcoólica 

via  Batelada  Alimentada,  Departamento  de 

Engenharia  Química/UFSCar,  São  Carlos  – 

SP 

(Relatório 



final 

da 


disciplina 

“Desenvolvimento  de  Processos  Químicos”), 

36p. 

 

AGRADECIMENTOS 



 

Ao CNPq pelo apoio financeiro concedido.



 

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