Definição de termos (IUCN) Reintrodução – tentativa de restabelecer uma espécie numa área na qual ela já foi comum, mas encontra-se extinta atualmente Restabelecimento – quando há sucesso na reintrodução Translocação – mudança de animais de um determinado local da sua área de ocorrência para outro local dessa área Revigoramento (Suplementação/Reforço) – adição de animais de uma determinada espécie a uma população já existente dessa mesma espécie Introdução de Conservação ou Introdução Benigna – tentativa de manter uma espécie fora de seu habitat natural para sua conservação, mas numa área parecida com a da área natural de ocorrência dessa espécie
Propósito: Propósito: - Estabelecer uma população selvagem de uma determinada espécie, subespécie ou raça que tenha se tornado extinta local ou globalmente
- A reintrodução deve ser feita numa área que faz parte da sua área natural de ocorrência e requer um mínimo manejamento de longo prazo
Objetivos: Objetivos: - Aumentar o tempo de sobrevivência das espécies
- Restabelecer espécies-chaves no ecossistema
- Manter e/ou restaurar a biodiversidade
- Prover benefícios de longo prazo para as economias locais e nacionais
- Promover a consciência da importância da conservação
Diretrizes para Reintrodução de Animais da IUCN/SSC Diretrizes feitas devido ao crescimento da prática de reintrodução de animais Necessidade para garantir o sucesso da prática Não representa um código obrigatório de ação Muitas das ações de reintrodução de espécies de animais e plantas falham, poucas dão resultado positivo
Atividades Pré-Projeto - Biológicas Estudo da possibilidade de reintrodução de espécies numa determinada área e do histórico dessa área Reintrodução Prévia Escolha do ponto e tipo de Soltura Avaliação da área de reintrodução Viabilidade para soltura do estoque (indivíduos) apropriado Soltura de indivíduos de cativeiro
Atividades Pré-Projeto – Requerimentos legais e sócio-econômicos Requer financiamentos e suporte políticos de longo prazo Estudo do impacto para a população humana local Conscientização da população humana local para a importância da preservação Analisar impactos das atividades humanas locais para a espécie a ser reintroduzida Seguir as leis dos países/estados/municípios onde a reintrodução ocorrerá Buscar assistência e permissão para o governo local Atenção especial para espécies “perigosas” e migratórias
Planejamento, Preparação e Soltura Autorização do governo local e dos proprietários da terra onde será feito o projeto Coordenação com organizações conservacionistas nacionais e internacionais Formação de uma equipe multidisciplinar para por em prática o projeto nas suas diferentes fases Assegurar fundo adequado para todas a fases do projeto Desenvolver projetos de monitoramento pré e pós-soltura Analisar saúde dos indivíduos a serem soltos e de animais de espécies próximas presentes no local
Planejamento do transporte necessário dos indivíduos para o país e local onde se dará o projeto Planejamento do transporte necessário dos indivíduos para o país e local onde se dará o projeto Determinação da estratégia de soltura Estabelecimento de normas ou intervenções Desenvolvimento de projetos de educação ambiental, treinamento profissional e envolvimento da população local no programa Manter o bem-estar dos animais a serem soltos com tratamento e cuidados necessários
Atividades Pós-Soltura Monitoramento de todos os indivíduos (ou uma amostra deles) após a soltura Promover estudos demográficos, ecológicos e comportamentais da espécie reintroduzida Investigação das mortalidades e coleta dos indivíduos mortos para estudo Intervenções, se necessárias Decisões para revisão, reprogramação ou descontinuação do projeto, se necessárias Proteção do habitat ou recuperação de áreas, se necessárias Manutenção de projetos de educação ambiental ligados a população local e a mídia Avaliação do sucesso do projeto e da técnica utilizada Publicar artigos em revistas científicas ou populares com os resultados
Situação das Aves no Brasil Importância em relação a investimentos para conservação Pressão do tráfico de animais silvestres
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Ornitologia
Passo 1 Flagrante – animais soltos onde é feita a apreensão Em outros casos de apreensão – animais encaminhados ao CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) ou outros órgãos receptores, como zoológicos Divisão dos animais em: - Animais com problemas de conservação (ameaçados)
- Outros:
- Excedentes
- Animais menos comuns de interesse para cativeiro
- Animais acidentados/debilitados
Passo 2 Lei n° 5197/67: “animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado” Portaria n° 230/02: determina que o IBAMA é o órgão responsável pela destinação da fauna apreendida no Brasil Aves encaminhadas ao CETAS mais próximo - Realização de procedimentos básicos
- Destinação da ave o mais rápido possível
No CETAS o animal deve receber uma marcação individualizada e ser cadastrado (formando um banco de dados do IBAMA) No CETAS o animal deve receber uma marcação individualizada e ser cadastrado (formando um banco de dados do IBAMA) Importância de guias de identificação com base na plumagem da ave Atenção especial a animais da fauna incluídas em lista de espécies ameaçadas nacionais ou regionais
Passo 3 e 4 Passo 3 – espécie que se encontra em alguma lista de espécies em extinção seguem o passo 4 Passo 4: - CERAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) – reabilitação das aves com intuito de retorná-las à natureza; encaminhamento para programas de conservação específicos ou criadores científicos e/ou conservacionistas
Passos 5 e 6 Passo 5: - Programa de conservação da espécie:
- Recomposição do status populacional da espécie
- Servir como matriz
- Encaminhamento para soltura
- Tem que ter um quadro técnico de ornitólogos
Passo 6: - Quando não há nenhum programa de conservação os animais são enviados a criadores científicos e/ou conservacionistas
- Animais ficam a espera de futuros programas de conservação para sua espécie
Passo 7 Soltura de aves sadias seguindo as previsões do programa de conservação Indivíduo será monitorado junto com a população na qual foi inserido Algumas ações que podem estimular a implantação de programas de conservação: - Estimular criadores a participarem de programas de conservação
- Solicitar aos órgãos de fomento da pesquisa que sejam abertos editais para financiar a implantação e o funcionamento destes programas
- Realizar conversão de multas ambientais para financiar os programas
Usando marionetes na criação de corvos para reintrodução
Introdução Uso de marionetes parecidas com os adultos da espécie para criar os filhotes No experimento foram usados corvos (Corvus corax) Objetivo de reduzir o imprinting filial e sexual com tratadores humanos – o boneco “cria” o filhote, sem haver contato com os humanos
O imprinting sexual pode se dar no nascimento em algumas espécies O imprinting sexual pode se dar no nascimento em algumas espécies Imprinting sexual correto é importantíssimo para o sucesso de programas de reintrodução
Uso de Corvus corax experimentalmente para seguir com esse método, se fosse bem sucedido com duas espécies criticalmente ameaçadas de corvo: C. hawaiiensis e C. kubaryi Uso de Corvus corax experimentalmente para seguir com esse método, se fosse bem sucedido com duas espécies criticalmente ameaçadas de corvo: C. hawaiiensis e C. kubaryi
Métodos Ovos coletados da natureza Criados todos com humanos até abrirem os olhos Quando abriram os olhos – divididos em 2 grupos: - Criado com marionete (modelado com base no adulto), sem nenhum contato direto com humanos
- Criado com humanos
Tratadores usaram a marionete imitando o comportamento dos pais na alimentação dos filhotes, inclusive com a vocalização de corvos selvagens específica na criação do filhote Tratadores usaram a marionete imitando o comportamento dos pais na alimentação dos filhotes, inclusive com a vocalização de corvos selvagens específica na criação do filhote O grupo com marionetes só via os humanos na limpeza dos recintos, enquanto que o outro grupo via os humanos também na alimentação
Após o período de criação todos os corvos foram removidos para uma grande área para voar Após o período de criação todos os corvos foram removidos para uma grande área para voar Contato com humanos uma vez por dia para receber comida e água e uma vez por mês para cuidados médicos Antes de serem soltos foram aclimatados a área de soltura por 3 semanas
Medidas usadas para quantificar o sucesso da soltura: Medidas usadas para quantificar o sucesso da soltura: - Medo dos tratadores antes da soltura
- Tempo gasto com determinado comportamento durante o período de aclimatação na área de soltura (comportamento social e comportamento vigilante)
- Tempo para dispersar da área de soltura
- Taxa de sobrevivência após um ano da soltura
Duas idades de soltura: Duas idades de soltura: - Idade de formação de primárias
- Pós-idade de formação de primárias
Comparações entre os resultados levaram em conta a idade, a criação do corvo e as medidas para quantificar o sucesso da soltura
Resultados & Discussão Determinar o efeito da criação diferenciada das aves no sucesso na reintrodução Não houve diferenças com relação ao tempo de dispersar da área de soltura, nem do tempo gasto com comportamentos diferentes, nem para se integrar com indivíduos selvagens e dispersar-se para longas distâncias Porém houve diferença com relação ao medo apresentado aos tratadores humanos
Corvos criados sem a marionete tendem a se dispersaram menos Corvos criados sem a marionete tendem a se dispersaram menos Criar o corvo com a marionete tende a aumentar a sobrevivência pós-dispersão Aparentemente o imprinting filial pode ser modificado nos corvos criados sem a marionete, porém isso não significa falha na reintrodução Não há interferência problemática no imprinting sexual de acordo com outros trabalhos (Hess, 1973; Cade & Fife, 1977; Powell, 1972)
Conclusões O método de escolha pra criar os filhotes depende da espécie Aves precoces que dependem dos pais por um curto período podem necessitar de marionetes para evitar o imprinting errado Aves altriciais podem não requisitar um isolamento excessivo de humanos, pois demoram mais para terem seu imprinting social/sexual O interesse de manter as aves mais próximas da área de soltura pode levar a preferência por criar sem a marionete e vice-versa
Repatriação, revigoramento e monitoramento de aves silvestres em área de soltura – Tremendal - BA
Metodologia Pré-soltura Seleção de espécies – ocorrência, condições dos animais Contatos e parcerias – instituição receptora, empresa transportadora, colaboradores para materiais Logística e materiais – equipamentos, caixas, alimentação Cuidados técnicos-operacionais – época do ano adequada – primavera-verão – época de frutificação, tempo de viagem, acondicionamento, oferta de água e alimento Animais quarentenados, exames e atestado sanitário + GTA. Após transporte, foram quarnetenados mais 60 dias em Vitória da Conquista
Resultados e Discussão
Conclusão
Área de Soltura e monitoramento de animais silvestres como parte do “Plano de Manejo do Papagaio-de-peito-roxo – Amazona vinacea” – Jacupiranga – SP Local de desenvolvimento do projeto: Parque estadual de Jacupiranga – Vale do Ribeira, São Paulo
Introdução Objetivo: Conservação da espécie, com a implementação do seu Plano de Manejo proposto População atual no parque: 200 indivíduos Restrita ao bioma Mata Atlântica
Metodologia Identificação de áreas de uso Realização de censo populacional Identificação e manejo de ninhos Manejo e monitoramento Centro de apoio e recepção
Manejo da Espécie na Natureza Número de ninhos: 43 Número de indivíduos: 200 Número de animais recebidos: 6
O caso Amazona barbadensis
Introdução Amazona barbadensis: risco de extinção 5000 indivíduos distribuídos na costa norte da Venezuela e Ilhas adjacentes 1989: programa para recuperação da população da ilha Margarita Filhotes confiscados: ninhos adotivos quando viável Reintrodução em casos particulares
Explorar viabilidade técnica e economica de reintrodução de A.barbadensis alem de dar informações sobre reintrodução de espécies Explorar viabilidade técnica e economica de reintrodução de A.barbadensis alem de dar informações sobre reintrodução de espécies
Área de estudo Peninsula Macanao Área de estudo Peninsula Macanao Clima tropical seco com vegetação composta por muitos cactos e legumes. Também existem florestas permanentes decíduas (importante local de nidificação) Florestas desaparecendo rapidamente
Animais soltos foram localizados por rádio e monitorados atentamente Animais soltos foram localizados por rádio e monitorados atentamente Foram medidos: Tamanho do território, variações no território e tempo de integração e formação de pares permanentes
Sucesso: sobrevivência de mais de um ano após soltura, alimentação e uso do ambiente semelhante ao de papagaios selvagens, integração social Sucesso: sobrevivência de mais de um ano após soltura, alimentação e uso do ambiente semelhante ao de papagaios selvagens, integração social Aviarios ao ar livre: ensinaram como evitar predadores pelo menos 10 entre 12 sobreviveram
Tentativas previas de reintroduzir papagaios tiveram sucesso reduzido: Alta taxa de predação, pouca habilidade de processamento de alimentos, comportamento aberrante Tentativas previas de reintroduzir papagaios tiveram sucesso reduzido: Alta taxa de predação, pouca habilidade de processamento de alimentos, comportamento aberrante Reintrodução possível em areas com populaçoes selvagens residentes
Reintrodução: usualmente mencionado como parte integral de programa de conservação ex-situ. No entanto há pouca implementação e não discute-se fatores sociais, econômicos ou políticos Reintrodução: usualmente mencionado como parte integral de programa de conservação ex-situ. No entanto há pouca implementação e não discute-se fatores sociais, econômicos ou políticos Custo sub-estimado Sucesso: 5 anos de trabalho prévio, educação ambiental. A. barbarensis foi declarado pássaro símbolo do estado US$ 2827,00 por pássaro Cada caso é um caso: Trabalho voluntário, recusa a pagar por consultores terceirizados e baixo custo da gasolina (Venezuela)
Nem todos os animais confiscados puderam ser libertados (critérios utilizados são conservacionistas) evitar dano maior Nem todos os animais confiscados puderam ser libertados (critérios utilizados são conservacionistas) evitar dano maior Resultados podem ser utilizados com diversas populações de papagaios ameaçadas Re-introdução aumenta o pool de genes da espécie Re-introdução: Parte de uma pesquisa ecologica e de educação ambiental Deve-se saber de onde procedem os animais (evita hibridização) Animais originários de comercio ilegal internacional devem ser considerados com cuidado (doenças exóticas).
Realizado em áreas com algum grau de proteção (analise das causas do declínio populacional) Realizado em áreas com algum grau de proteção (analise das causas do declínio populacional) Contribui com educação ambiental Esse trabalho abre um precedente no sucesso em re introdução de papagaios. 20% das 330 sp. de psitacídeos do mundo estão em risco Problemas críticos: predação, existência de uma população selvagem e doenças exóticas
Reintrodução de Otis tarda na Grã Bretanha
Introdução A abetarda (Otis tarda) é uma ave estepária da ordem gruiformes. Decréscimo acelerado da sua população. (previsão de mais de 30% nos proximos 10 anos) Na Europa a sua presença encontra-se limitada à Rússia e à Península Ibérica, em habitats relacionados com a prática de agricultura cerealífera extensiva.
Declínio: perda de habitat, destruição de ninhos, uso de pesticidas, caça e colisão com linhas elétricas Declínio: perda de habitat, destruição de ninhos, uso de pesticidas, caça e colisão com linhas elétricas única especie que se reproduzia regularmente na Gra-bretanha nos ultimos 200 anos e não o faz mais
espécie nativa (ossos de 12.300 anos atras) espécie nativa (ossos de 12.300 anos atras) Evidencia do inicio do declínio 1700. último ano de procriação: 1832 Não há evidencia de: doenças, poluição, competição ou predação Causas possíveis: mecanização da agricultura, caçadores e mudança de clima Agricultura mecanizada: ninhos eram expostos e destruidos clima mais frio entre 1550-1700 Fatores não operam mais hoje Hoje animais com populações pequenas e poucas visitas a Ingleterra
estepes e pseudo-estepes. estepes e pseudo-estepes. Regiões com habitat propicio ainda existem Expansão demorada da população Salisbury Plain:Área protegida para utilização militar Areas com vegetação rasteira comparadas com o habitat do animal em Portugal e Rússia Areas adjacentes: plantações de cevada pobres em insetos
invertebrados: essenciais para filhotes invertebrados: essenciais para filhotes Areas próximas não cultivadas ricas em artrópodes = solução 1)Terra arável sem manejamento especifico 2)Areas sem agrotoxicos 3)Locais especificos para abetarda Salisburry Plains: nunca foi a melhor área para procriação. Devem ser consideradas outras areas
Pop. Bretã: parte da população do leste europeu 11 haplotipos diferentes. E a população da Espanha não compartilhava nenhum com o resto da Europa 2 clusters geográficos de populações Só Rússia tem grande numero de aves. Grande numero de ninhos destruídos: praticas de agricultura ovos recuperados podem ser utilizados para re-introdução Dano 0 a pop. doadora
Re-introdução da abetarda e possível sem detrimento a população doadora ou ao ecossistema Re-introdução da abetarda e possível sem detrimento a população doadora ou ao ecossistema Ave também e uma espécie bandeira Experimento importante em termos de estudos de conservação
Do'stlaringiz bilan baham: |