Adriana nely dornas moura


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1   2   3   4   5   6   7   8   9

Acesso em: 20 set. 2010. 
PAZ, Octavio. Convergências: ensaios sobre arte e literatura. Tradução de Moacir 
Werneck Castro. Rio de Janeiro: Rocco, 1991. 

 
 
97
PINTO, Mércia. Identidade cultural. In: ENCONTRO NACIONAL DOS.. 
ESTUDANTES DE ARQUITETURA, 2004, Brasília. (Palestra). Disponível em: 
. Acesso em: 23 set. 
2010. 
POYNOR, Rick. Abaixo as regras. Porto Alegre: Bookman, 2010. 
ROIZENBRUCH, Tatiana O jogo das diferenças: design e arte popular no cenário 
multicultural brasileiro. 2009. 105 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2009. 
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-
modernidade. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
SCHNEIDER, Beat. Design - uma introdução: o design no contexto social, cultural 
e econômico. São Paulo: Blucher, 2010. 
SEMPRINI, Andrea. Multiculturalismo. Bauru-SP: EDUSC, 1999. 
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. 
Programa Sebrae de Artesanato. Termo de referência. Brasília: SEBRAE, 2004. 
SUDJIC, Deyan. Meaning beyond utility: the Campana brothers and postindustrial 
design. In: CAMPANA brothers: complete works (so far). New York: Rizzoli, 2010. p. 
40-47. 
TAVARES, Mônica. Arte-design: a produção do sentido. In: ENCONTRO DA 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
COMUNICAÇÃO, XVI., 2007, Curitiba. Disponível em: HTMLobj-674/texto_13.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2011.  
TEÓFILO, Edson. Políticas e Instrumentos para fomentar os mercados de terra
lições aprendidas. Fortaleza: Banco Internacional do Desenvolvimento, 2002.  
THE CAMPANA brothers esperança collection for Venini. [s.l.], 15 jul. 2010. 
Disponível em: esperanca-collection.html>. Acesso em: 04 mar. 2011. 
TRIVIÑOS, Augusto. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa 
qualitativa em educaçãoSão Paulo: Atlas, 1987.  
VILAS BOAS, Luiz Henrique. Comportamento do consumidor de produtos 
orgânicos: uma análise na perspectiva da teoria da cadeia de meios e fins. 2005. 
225 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2005.  
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2001. 

 
 
98
APÊNDICE A – Relatório de Entrevistas 
1. Consentimento e informações prévias 
1.1 Apresentação do Pesquisador 
Meu nome é Adriana Nely Dornas Moura, sou pesquisadora e designer. Meus 
dados para um futuro contato são: tel. (31) 8446 9897, e-mail: 
adrianadornasmoura@gmail.com. Atualmente faço parte do corpo discente do 
mestrado do Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade do Estado de 
Minas Gerais. O Programa incorpora o Design, Inovação e Sustentabilidade em duas 
linhas de pesquisas. Para maiores informações sobre o programa: 
http://www.ed.uemg.br/cursos/pos-graduacao-stricto-sensu/mestrado-em-design

1.2 Explicação dos objetivos e natureza da pesquisa 
Esta dissertação de mestrado objetiva entender quais são as principais 
influências criativas do design nacional contemporâneo. Para tanto, pesquisou-se o 
papel da cultura, arte e artesanato brasileiros na construção desse conceito de 
design. Para esse balizamento, utilizou-se de um levantamento bibliográfico sobre os 
temas, além do estudo da obra dos Irmãos Campana. 
1.3 Informações sobre a entrevista 
Os dados coletados serão utilizados para fins de pesquisa, podendo, 
futuramente, fazer parte de publicações como artigos, apresentações em 
congressos, dissertação de mestrado, entre outros ligados à atividade de pesquisa. 
Quanto à dissertação, após aprovada, deverá ser disponibilizada para consulta na 
biblioteca da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. 
As pessoas escolhidas para entrevista são jornalistas e pesquisadores 
relacionados ao tema. 
1.4. Consentimento 
O consentimento para a aplicação das entrevistas foi dado mediante 
agendamento prévio com cada um dos profissionais, por meio do envio do roteiro da 
entrevista para pré-análise. Caso alguma resposta tenha sido avaliada como 
“assunto sigiloso”, os entrevistados tiveram a liberdade de não respondê-la. 

 
 
99
2. Roteiro da entrevista com os profissionais 
Nome do Entrevistado:  
Data da entrevista: 
Pergunta 1: O design contemporâneo vê a globalização como porta de entrada de 
multiculturas nos processos criativos. Gostaria de saber qual o seu ponto de vista 
diante dessa afirmação, analisando o trabalho dos Irmãos Campana. 
Pergunta 2: Os Campana selecionam materiais inusitados juntamente com 
clássicos, como madeira e aço, transformando-os em objetos únicos. A união do 
artesanal com o industrial pode ser considerado traço próprio do design 
desenvolvido pelos irmãos Campana?  
Pergunta 3: É inegável que o Brasil seja um país de multiculturas. Para tanto, o 
multiculturalismo pode ser conceituado como “jogo das diferenças”. Você acha que 
este seria então o princípio criativo dos Irmãos Campana?  
Pergunta 4: Sabemos que, enquanto, indistintamente, um deles preocupa-se com o 
“criar” ou “dar vida à ideia”, o outro se permite errar e incorporar o erro. Dessa 
incorporação, do acaso e do imprevisto, surgem produtos originais e únicos. Essa é 
a fórmula criativa bem sucedida dos Irmãos Campana? 
Pergunta 5: Muitas pessoas consideram como resposta a essa permissibilidade a 
subversão criativa de seus projetos. Você concorda com essa classificação? 
Pergunta 6: A dinâmica criativa projetual dos Irmãos Campana pode ser entendida 
com um ato de respeito à cultura popular brasileira, mais especificamente ao “povo 
brasileiro”; você concorda com essa afirmação? 
Pergunta 7: Poderíamos conceituar o design dos Irmãos Campana como “um 
design nacionalista de identidade própria brasileira”? Um nacionalismo 
descompromissado? 
Pergunta 8: Seria essa a característica principal responsável pela aceitação de seus 
produtos no exterior? 

 
 
100
3. Roteiro da entrevista com os designers Humberto e Fernando Campana 
Nome do Entrevistado:  
Data da entrevista: 
Pergunta 1:  O design contemporâneo vê a globalização como porta de entrada de 
multiculturas nos processos criativos. Gostaria de saber qual o ponto de vista de 
vocês diante dessa afirmação.  
Pergunta 2:  Vocês selecionam materiais inusitados juntamente com clássicos como 
madeira e aço, transformando-os em objetos únicos. A união do artesanal com o 
industrial pode ser considerada traço próprio do design desenvolvido por vocês? 
Pergunta 3: É inegável que o Brasil seja um país de multiculturas. Para tanto, o 
multiculturalismo pode ser conceituado como “jogo das diferenças”. Seria esse então 
o seu princípio criativo? 
Pergunta 4: Sabe-se que, enquanto, indistintamente, um de vocês se preocupa com 
o “criar” ou “dar vida à ideia”, o outro se permite errar e incorporar o erro. Dessa 
incorporação, do acaso e do imprevisto, surgem produtos originais e únicos. É essa 
a fórmula criativa bem sucedida dos Irmãos Campana? 
Pergunta 5: Muitas pessoas consideram como resposta a essa permissibilidade a 
subversão criativa de seus projetos. Vocês concordam com essa classificação? 
Pergunta 6: A dinâmica criativa de seus projetos pode ser entendida como um ato 
de respeito à cultura popular brasileira, mais especificamente ao “povo brasileiro”? 
Pergunta 7: Poderíamos então conceituar o design de vocês como “um design 
nacionalista de identidade própria brasileira”? Um nacionalismo descompromissado? 
Pergunta 8: Seria essa característica a principal responsável pela aceitação de seus 
produtos no exterior? 

 
 
101
ANEXO A – Irmãos Campana 
1. Release enviado pelo ateliê dos Irmãos Campana  
Data do recebimento: 23 de agosto de 2011.  
Estúdio Campana 
Imagine
 
o
 
centro
 
de
 
uma
 
cidade
 
de
 
11
 
milhões
 
de
 
habitantes
 
na
 
América
 
do
 
Sul,
 
complexo
 
e
 
vibrante.
 
Ali,
 
no
 
bairro
 
de
 
Santa
 
Cecília,
 
em
 
São
 
Paulo,
 
está
 
localizado
 
o
 
estúdio
 
de
 
Fernando
 
e
 
Humberto
 
Campana.
 
É
 
uma
 
região
 
inventiva
 
e
 
estimulante,
 
onde
 
se
 
cruzam
 
os
 
saberes
 
de
 
várias
 
tradições.
 
Imigrantes
 
coreanos,
 
integrantes
 
da
 
colônia
 
judaica
 
e
 
nordestinos
 
caminham
 
pelas
 
ruas
 
do
 
bairro.
 
E,
 
curiosamente,
 
parece
 
uma
 
cidade
 
do
 
interior
 
-
 
todos
 
se
 
conhecem.
 
O
 
endereço
 
é
 
uma
 
breve
 
síntese
 
da
 
miscigenação
 
cultural
 
brasileira.
 
Ele
 
traz
 
em
 
si
 
mesmo
 
a
 
trama
 
de
 
raízes
 
e
 
origens
 
que
 
nutre
 
a
 
criação
 
dos
 
irmãos
 
Campana.
 
Cruzando
 
a
 
porta
 
metálica
 
do
 
antigo
 
galpão,
 
fica
 
o
 
laboratório
 
de
 
experimentação
 
e
 
transformação
 
criado
 
por
 
Humberto
 
e
 
Fernando.
 
Nos
 
dois
 
pavilhões
 
divididos
 
por
 
um
 
pátio
 
trabalham
 
12
 
pessoas
 
(arquitetos,
 
costureiras
 
e
 
um
 
artesão
 
que
 
está
 
na
 
família
 
Campana
 

 
quase
 
15
 
anos).
 
Entre
 
amostras
 
de
 
couro,
 
cristais
 
e
 
fios
 
de
 
arame,
 
essa
 
equipe
 
materializa
 
as
 
idéias
 
que
 
mais
 
tarde
 
são
 
produzidas
 
por
 
empresas
 
como
 
Edra,
 
Alessi,
 
Artecnica,
 
Bernardaud,
 
Corsi
 
Design,
 
Kreo,
 
Magis,
 
Grendene,
 
Skitsch,
 
Plus
 
Design
 
e
 
outras
 
-
 
quando
 
não
 
pelo
 
próprio
 
estúdio,
 
que
 
assina
 
edições
 
limitadas
 
e
 
numeradas. 
 
Projetos 
O Estúdio Campana notabilizou-se pelo design de mobiliário e pela criação de 
objetos instigantes. Hoje, a escala de seu trabalho cresceu, desdobrou-se em várias 
mídias e é dirigido a distintos públicos. Fernando e Humberto são solicitados por 
instituições de arte e empresas e, desde seu início, cultivam parcerias com 
comunidades brasileiras produtoras de artesanato. Esse diálogo fluído entre os 
projetos de várias naturezas e dimensões é um dos vetores para o entendimento das 
criações dos irmãos Campana. Na área de moda, os Campanas assinam a “Coleção 
Campana” da grife brasileira de jóias H. Stern (2001). Eles mantêm um histórico de 
colaborações com a marca de calçados e bolsas Melissa, da Grendene e, em 2009, 
reinterpretaram a tradicional camisa pólo da Lacoste. 
 
A habilidade dos designers para compreender a essência de uma marca e a 
segurança para brincar com as origens dela - além de um inegável sentido de 
aventura - têm feito com que os Campanas sejam procurados para reinventar a 
identidade de grifes globais. 
 
No design de interiores, a dupla já desconstruiu e reinventou as lojas Camper em 
Berlim (2006), Barcelona (2007), Florença (2008), Londres (2008), Nova Iorque 
(2010) e Zaragoza (2007). Estão redesenhando o Café des Hauteurs, do Museu d 
'Orsay (que deve abrir em 2011), em Paris, e explorando novas soluções para a 
ambientação do antigo “Olympic Hotel”, em Atenas. Será o primeiro projeto de um 
hotel assinado pela dupla. No Brasil, o café bar do Theatro Municipal de São Paulo 
será renovado com o patrocínio da empresa Votorantim e ainda há projetos 
residenciais e paisagísticos em andamento na capital paulistana. 
Entre as parcerias artísticas mais recentes, está a criação dos figurinos e cenário do 
espetáculo “Métamorphoses” do Ballet National de Marseille (2007) e a cenografia 

 
 
102
do musical “Peter and the Wolf”, apresentado no Museu Guggenheim em Nova 
Iorque (2008). 
 
Fernando e Humberto integram também coleções permanentes de renomadas 
instituições de arte como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, MoMA, em Nova 
Iorque, Centre Georges Pompidou, em Paris, além do Vitra Design Museum, em 
Weil am Rheim. 
 
A percepção surpreendente do Estúdio Campana sobre aquilo que é considerado 
trivial e rotineiro tem sido requisitada para reorganizar o acervo de instituições. 
Humberto e Fernando foram curadores da exposição “Jardim de Infância”, no Museu 
de Arte Moderna de São Paulo (2009), e “Campana Brothers select: works from 
permanent collection”, no Cooper-Hewitt Museum, de Nova Iorque (2008). 
 
Histórico 
Humberto (1953) e Fernando (1961) nasceram em Brotas, cidade a 250 quilômetros 
de São Paulo. De economia agrícola, Brotas está numa região rica em recursos 
naturais. Até se mudarem para São Paulo para iniciar seus estudos de graduação, 
os dois moraram com a família - o pai, engenheiro agrícola, e a mãe, professora 
primária -numa casa com porão de terra batida, amplo quintal, cercada por árvores 
frutíferas e riachos que conduziam até as cachoeiras da região de Brotas. 
 
Humberto graduou-se em Direito. Com o diploma debaixo do braço, começou a 
pesquisar oficialmente o que lhe interessava desde criança: as possibilidades 
infinitas do artesanato. Nos anos 80, montou um pequeno estúdio de produtos feitos 
à mão. Graduado em arquitetura, Fernando se interessava pela investigação de 
métodos alternativos para a materialização do design. Estudava o poder de 
comunicação e de síntese dos traços de Le Corbusier e Oscar Niemeyer assim com 
a construção de objetos em pequena escala. Formado, estagiou na 17^ edição da 
Bienal de Arte de São Paulo. 
 
No final de 1983, Humberto chamou o irmão para que o ajudasse na entrega de um 
grande pedido. Desde então, eles formam uma das duplas mais premiadas do 
design contemporâneo. São reconhecidos por sugerir novos códigos de leitura sobre 
os objetos além de contribuir para mudanças de perspectivas sobre a vida cotidiana. 
 
Sua primeira mostra juntos foi em 1989, na Galeria Nucleon, em São Paulo. A 
coleção de cadeiras de ferro chamou-se “Desconfortáveis”, uma seleção de peças 
que discutiu o aspecto artístico, o erro e a poesia contidos no desconforto. 
 
Em 2009, ao completar dez anos da exposição que os lançou, o Estúdio Campana 
foi escolhido para celebrar seu aniversário no Vitra Design Museum, na Alemanha, 
que também comemorava uma década de existência. 
 
Fernando e Humberto Campana ganharam o Prêmio Especial Museu da Casa 
Brasileira, em 2001, e Designer of the Year, pelo Design Miami, em 2008. 
 
Perguntas mais freqüentes dirigidas a Fernando e Humberto Campana 
Como os irmãos Campana começaram a trabalhar juntos? 
Depois da graduação em Direito, Humberto viveu numa pequena cidade na Bahia. 

 
 
103
Voltou para São Paulo no final dos anos 70 e começou a fazer workshops de 
esculturas em ferro e terracotta e aulas de joalheria. Montou um pequeno estúdio de 
artesanato e começou a vender cestas e espelhos emoldurados com conchas. Para 
um pedido de final de ano, chamou Fernando para ajudá-lo. 
Fernando costuma dizer que foi chamado para fazer apenas “entregas” mas logo 
percebeu que havia muito mais a ser realizado com o irmão. O início dos irmãos 
Campana não foi nada planejado. 
 
O que eles imaginavam ser quando crianças? 
Humberto se recusava a usar sapatos e dizia que queria ser um índio do Amazonas. 
Fernando sonhava em ser atronauta. 
Diferenças e semelhanças entre Fernando e Humberto 
Para Humberto, o trabalho é uma tentativa de organização mental. Para Fernando, o 
trabalho é um prazer. Humberto é mais intuitivo e Fernando mais racional. Os irmãos 
desenvolveram um olhar muito semelhante em relação à vida e ao trabalho (às 
vezes, aparecem no estúdio usando roupas semelhantes!). 
 
Os irmãos Campana discutem muito? 
Sim! A discussão e a crítica estão presente em toda as etapas. Os dois 
desenvolveram um estado de ânimo aberto para aceitarem os “inputs” criativos um 
do outro e se complementarem com isso. 
 
Os irmãos Campana apreciam a mesma estética? 
No campo do design, arte e arquitetura, sim. Em música, literatura e cinema, não! 
Humberto é “clássico” e Fernando é “pop”. 
 
As idéias para o trabalho vêm 50% de cada um? 
Não, dependendo das exigências dos projetos, eles se revezam. 
 
Como é o processo de criação dos irmãos Campana? 
É completamente caótico - a única coisa que eles mantêm sempre igual é a tarefa de 
se manterem sintonizados com seu tempo para não colocar no mundo algo que já foi 
criado. 
 
Qual é a importância dos materiais no trabalho dos designers? 
Eles são os elementos que determinarão os projetos e conceitos. O material 
apontará o que ele “deseja ser”, uma cadeira, uma luminária. Para os designers, 
material, forma e função se articulam juntos. Inicialmente, Fernando e Humberto 
escolheram trabalhar com materiais baratos, pois não tinham muito dinheiro. Hoje, 
está é uma escolha consciente, por preocupação com o meio ambiente. Os 
Campanas estão constantemente investigando materiais descartados como “banais” 
para resgatar sua nobreza. 
 
Quão relevante é a sustentabilidade no trabalho dos irmãos Campana? 
Fernando e Humberto percebem seu trabalho como um produto da escassez. O 
esforço da dupla para a humanização do design - ao resgatar a tradição do 
artesanato das comunidades - age positivamente sobre um dos elos da cadeia 
produtiva. 
 
Como os Campanas se posicionam em relação a suas raízes brasileiras? 
Traduzir a identidade brasileira no design é um dos desafios mais importantes da 

 
 
104
dupla. Muitos dos seus projetos são reinterpretações de soluções que eles 
testemunharam em comunidades pobres do país - soluções belas e inusitadas. No 
entanto, eles vivem em São Paulo. Como resultado, seu trabalho procura criar 
pontes de sentido entre o universo rústico e artesanal (e profundamente 
humanizado) e o mundo contemporâneo e industrializado. 
 
Quais são os designers mais admirados pelos irmãos Campana? 
Shiro Kuramata, Achille Castiglioni, Ingo Maurer, Ettore Sottsass e Andréa Branzi. 
 
Arte ou Design? 
Fernando e Humberto procuram criar um diálogo entre a emoção e a funcionalidade. 
Acreditam na incorporação do artesanato à produção em massa. Em termos de 
criação, fazem pouca distinção entre o designer e o artista. Ambos são 
investigadores e testemunhas do seu tempo. 
 
Ping Pong com os Campanas 
 
-  Qual é seu signo? 
Humberto: Peixes  
Fernando: Touro 
 
-  O seu projeto mais bonito? 
Humberto: A cadeira “Favela” 
Fernando: A cadeira “Vermelha”, Edra, 1998 
 
-  Como é o estilo da sua casa? 
Humberto: Apenas o essencial, muitos CDs  
Fernando: Nenhum 
 
Quais são as datas mais marcantes na trajetória dos irmãos Campana? 
- 1989 - Ano da nossa primeira exposição, “Desconfortáveis”  
- 1997 - Ano em que conhecemos o arquiteto italiano Massimo Morozzi  
- 1998 - Ano em que lançamos a cadeira “Vermelha”, na Feira de Milão, fomos 
convidados para exibir no MoMa de Nova Iorque 
- 2009 - Exposição Antibodies, no Vitra Design Museum 
 
Quais os lugares do Brasil mais apreciados pelos irmãos Campanas? 
Humberto: Rio de Janeiro 
Fernando: Nordeste brasileiro e interior paulista 
 

 
 
105
2. Curriculum Vitae de Fernando e Humberto Campana 
 
HUMBERTO CAMPANA 
 
Nascido em 17 de Março de 1953, Rio 
Claro, SP. 
 
FERNANDO CAMPANA 
 
Nascido em 19 de Maio 1961, Brotas, 
SP. 
 
Formação 
 
1972-1977 
Bacharelado em Direito pela 
Universidade de São Paulo – USP 
 
 
 
1979-1984 
Bacharelado em Architetura pela 
Faculdade de Belas Artes de São Paulo 
 
Experiência profissional 
 
 
 
 
 
 
1998 
Professor na Faculdade Armando 
Álvares Penteado (FAAP) no curso de 
Desenho Industrial 
 
1999/2000 
Professor no Museu Brasileiro de 
Escultura (Mube) 
 
 
 
1982 
Ajudante na montagem e Guia na XVII 
Bienal Internacional de Artes de São 
Paulo 
 
1998 
Professor na Faculdade Armando 
Álvares Penteado (FAAP) no curso de 
Desenho Industrial 
 
1999/2000 
Professor no Museu Brasileiro de 
Escultura (Mube) 
 
 
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